Certamente, esse estabelecimento tem sido a origem de muitas anedotas que fazem parte da história do Rio de Janeiro. Certamente esse local que nasceu para albergar turistas acabou se transformando em um símbolo da carioquice virando cassino, estúdio de tv e centro cultural. Afinal, o Cassino da Urca abrigou momentos únicos na vida de vários artistas brasileiros e da própria música brasileira. Esse camaleão já foi trampolim para figuras do nível de Carmen Miranda, Dorival Caymmi e João Gilberto.
Como sabido, o Cassino da Urca está situado no bairro da Urca no Rio de Janeiro. Ele tem um conjunto de arquitetura diferenciada e uma história impressionante. Isso, tanto para fins de visitação e entretenimento, bem como para aqueles ícones da música que queriam compartilhar e mostrar o seu talento artístico. Assim, o cassino da Urca foi palco que agasalhou políticos, empresários e inaugurou uma época artística riquíssima no Brasil.
Nascimento do Cassino da Urca
Certamente, o edifício foi construído em 1932 e abrigou inicialmente o Hotel Balneário, em seguida foi transformado no Cassino da Urca. Aliás, o cassino funcionou entre os anos 1933 até 1946, quando os jogos de azar foram proibidos no Brasil. Leia este artigo até o final para saber mais sobre o cassino da Urca!
O espaço camaleônico que abrigou o cassino da Urca foi sede da Tv Tupi. Posteriormente, com o fim da estação de TV Tupi em 1981, o local foi caindo em decadência, passando em seguida para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Lamentavelmente, o prédio ficou em estado de abandono até 2006, quando foi cedido ao IED (Instituto Europeo di Design).
Hoje, após muitos anos de esforço vindo desde distintas ONGs e organizações culturais em torno, o espaço é aberto para o público para visitação e funciona ainda como um centro cultural gratuito. Confira mais detalhes deliciosos desse lugar mágico.
História do cassino da Urca
Ao longo da história, o cassino da Urca foi uma referência icônica com seu palco para grandes apresentações. Como dito acima, não somente a “Pequena Notável” brilhou e catapultou a sua carreira no cenário do Cassino da Urca. Passaram por lá grandes nomes da música como Dalva de Oliveira, Grande Otelo, dentre outros. Além disso, o antigo Cassino da Urca foi palco de importantes peças antológicas.
Em 2006, o prédio foi cedido por 50 anos ao IED, que tem sede em Milão. Soma-se a isso, que no ano de 2017 o artista plástico Heleno Bernardi depositou quase que uma tonelada de purpurina dourada sobre as instalações, tornando a atmosfera do teatro ainda mais chamativa e charmosa.
Atualmente, o Cassino da Urca funciona hoje como uma instigação à reflexão da memória e os espaços da cidade. Mas quando o cassino esteve ativo, foi a época em que mais a memória do carioca foi marcada pois foi uma grande fonte de trabalho nesses momentos.
No início, a estrutura do teatro que abrigava o cassino da Urca era um pouco amadora, com quase nenhum glamour por conta de um planejamento originalmente criado para um hotel e não um cassino. Daí em diante, foram precisos quase que 3 anos de trabalho do cenógrafo Luiz de Barros. Certamente, o intuito de Barros foi devolver um toque de charme para o outrora sinônimo de sofisticação carioca.
Destarte, o espaço e o teatro voltassem a ser um dos mais emblemáticos do apogeu da música brasileira. Foi quando se deu início a uma era tida como “era de ouro”, com apresentações de grandes nomes da música popular. Ainda na época da Tv Tupi, o palco foi centro de gravações de inúmeros programas de auditório. Inclusive o Cassino do Chacrinha, líder de audiência da Tv brasileira durante vários anos e temática de um de nossos artigos anteriores. Confira também a matéria dedicada a Abelardo.
Restauração e novas atividades do cassino da Urca
Recentemente, entraram em operação a restauração do espaço do cassino da Urca, que vai se tornar um auditório para o IED, mas que, ao mesmo tempo, terá caraterísticas contemporâneas e flexíveis. Conforme informações da assessoria de impressa do BNDES, o IED fará mudanças físicas no prédio para a implementação do Centro de Inovação e Design em economia criativa. Certamente, isso envolve investimentos significativos que girarão em torno de R$ 21,4 milhões.
A restauração será feita com recursos do BNDES, isso no âmbito da lei Rouanet. Entre as atividades que irão ser parte da programação do Cassino, estarão:
- A consultoria de atividades culturais,
- Teatro,
- Música,
- Desfiles,
- Eventos,
- Artesanato,
- Moda,
- Entretenimento,
- Seminários e palestras;
E, ainda funcionará como um centro de exibição de design e outras atividades culturais, revitalizando as opções artísticas para a belíssima zona da Urca. Aliás, há ainda a proposta do IED de criar um grande laboratório aberto que seja favorável à criação de startups, com a possibilidade de testar ideias antes de se colocar projetos e produtos no mercado.
Enfim
Tudo indica que o antigo cassino da Urca está prestes a ter um resgate de seus dias de glória, devido ao projeto de revitalização em andamento. Segundo o Diretor do Instituto, as remodelações e o acondicionamento desse símbolo carioca vão finalizar em meados de 2021. Como visto, a ideia é dar uma repaginada ao prédio, ao lugar, mas sem apagar as marcas e a memória do carioca.
Parece que mesmo com todas essas transformações, só a importância cultural nele contida, já é patrimônio dos cariocas e brasileiros. E, o que é mais significativo, a conexão afetiva que faz com que o Cassino da Urca seja parte da história dos moradores que povoam os arredores.
Com isso tudo, quem ganha não é somente a população do local, mas seus visitantes que terão novas atrações e novos ares. A obra é um sinal de que embora as economias não estejam passando pelos melhores momentos no Brasil, ainda há de se acreditar muito no Brasil. Certamente, para as culturas orientais, os momentos de crise são aqueles onde tendemos a renascer e a crescer, fazendo com que aquilo que parecia longínquo e distante, venha à tona. Isto é, a crise como momento de criação e regeneração. De fato, o Cassino da Urca, está caminho a voltar a ser parte ativa do nosso patrimônio cultural.
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