O Cassino da Urca, Bossa nova e Filmes de culto

Saiba_Cassino da Urca, bossa-nova e Filmes de culto

Nesse artigo vamos falar de várias temáticas que geram certo culto. Aliás, vamos falar sobre tudo de bom. O Cassino da Urca, a Bossa-nova e os filmes de culto. Brasil, Brasil e mais Brasil, com tudo de bom. Bem porque geram fascínio, bem porque requerem muita maestria e dedicação para ter bons resultados. Um dos músicos mais maravilhosos do mundo, uma grande criadora e um dos cassinos mais emblemáticos do Brasil.

Aliás, o cassino da Urca foi também um estudo de tevê e agora é parte de uma proposta cultural. Assim, após vários anos, hoje cria fontes de trabalho, revalorizada para toda a cidade com várias atividades acontecendo. Quanto ao cinema, vamos falar da única mulher que faz parte do Cinema Novo do Brasil. Vamos trazer um ponto de vista bem diferente sobre filmes, não somente pelos resultados. Certamente, também pela amizade e parcerias que aconteceram nesse caminho. Estamos falando de Helena Soldberg.

O Cassino da Urca, já foi a pista de decolagem para vários artistas que transformaram nosso país. Um desses artistas essenciais, para o mundo inteiro e que vai além do tempo, é João Gilberto.

Criador da bossa-nova, criador da magia, João Gilberto decidiu espalhar a bossa-nova e compartilha-la com o resto do universo. Então, o mestre saiu de viagem por tempo ainda sem determinar, nesse sábado 6 de julho. Boa escolha. Um sábado que veio após um eclipse, e, mesmo não gostando de barulho e agitação, ele saiu em sábado, se desmarcando da escuridão, junto com o sol.

Segure na cadeira e acompanhe, nosso pais tem tantas variantes artísticas quanto pessoas moramos nele e mais além. Vamos lá!

Um lugar de culto: o cassino da Urca

Como dito acima, o cassino da Urca tem passado por tantas transformações, quanto as de um camaleão. Evidentemente, algo da magia que aconteceu nos seus cenários, ou o espírito desses momentos mantém o cassino ali, ao firme com o passar do tempo.

Inicialmente, o edifício que hoje identificamos com o Cassino da Urca, foi pensado para ser um hotel modesto de uns 30 quartos. Aliás, existe uma polêmica sobre quem realmente construiu a edificação. Existem várias versões da origem do nome do Cassino. Algumas versões dizem que, o nome de Urca vem dado pelo morro encostado na baia do atual bairro da Urca.

Parêntese sobre piratas e o LeBlon

Outra versão, diz que Urca era o nome do navio do pirata holandês, Oliver Van Noort. Van Noort ancorou brevemente na Baia de Guanabara, seguiu até o Estreito de Magalhaes e saqueou terras chilenas e peruanas. O Vice-rei de Perú, Luis Velasco atacou-o, deixando o pirata só com uma embarcação. Van Noort seguiu caminho devastando as Filipinas, passou por Java e Bornéu, e contornou o Cabo de Boa Esperança. Assim, foi o primeiro Holandês a dar a volta ao mundo, além de sacudir cada lugar por onde passou. Inclusive, se diz que o barco que usou Van Noort quando “visitou” a Baia da Guanabara, chamava-se LeBlond, dali então o nome do bairro carioca de LeBlon.

Segundo um blog que é dedicado a história do bairro e do Cassino da Urca:

A sucessora da S.A. Empresa da Urca, a Companhia Imobiliária e Construtora do Rio de Janeiro decidiu que era a oportunidade de criar um atrativo para o novo bairro. Por essa razão, foi construído aquele que viria a ser o Cassino da Urca.

Assim, a versão mais aceitada e que Urca é a sigla de Urbanização Carioca. A empresa que aterrou e construiu o bairro. De fato, Urca se corresponde com a sigla da empresa que devia resolver o alojamento de pessoas envolvidas com uma grande exposição acontecida em 1922 no Rio de Janeiro.

Magia de última hora, bossa vinda do Cassino da Urca

Claro que, o Cassino da Urca, é muito mais que um cassino. Recebeu artistas como Carmen Miranda, Os Garotos da Lua, que a acompanharam inclusive em filmes. Aliás, o criador da bossa-nova foi um desses garotos. Após Carmen. O incrível João Gilberto, resumiu tudo de melhor que existe no Brasil. Aliás, a bossa, inventada em um banheiro, foi também criada com as notas de Pixinguinha e de Garoto no Cassino da Urca. João Gilberto fez com que o nosso Brasil mostrasse para o mundo que além de artistas como Carmen Miranda, nesse solo tem magia.

Saiba_Cassino da Urca, bossa-nova e Filmes de culto

O cassino da Urca, a bossa nova e filmes de culto

Genialidade

João Gilberto, já foi parte dos Garotos da Lua. Certamente nesses inicios, já era dono de uma voz caraterística que acompanhava o grupo. Fã de Orlando Silva, emulava o estilo do cantor na época. João Gilberto não gostava de excessos, não gostava de muito barulho ou enfeites. Observador e solitário foi se nutrindo de variadíssimas vertentes. Assim, Walter García Da Silveira Júnior, no seu livro A Contradição sem conflito, descreve a maqueta de pensamento de João Gilberto. Certamente, o Professor e perito musical descobriu que João Gilberto cada vez que tocava uma canção, estava na percussão de uma escola de samba completa. Assim, o violão, a bossa-nova nascem da base de uma de suas asas (as alas da percussão).

João Gilberto condensou povo em sofisticação. Adiantou-se ao jazz, revelou ritmos criados em solidão compartilhados com a multidão. Vindos do Brasil e do mundo inteiro. Esse artigo iria se focar nos cassinos e nos filmes. Evidentemente, pessoas como João Gilberto, merecem essas linhas e muito mais. Ainda querendo, há muitos músicos que tentam decifrar as métricas e os enigmas da bossa-nova, e não conseguem. Talvez, a iluminação de João Gilberto pareça mais com as histórias contadas por Jorge Amado.

Essas histórias que você sente no peito e nelas, reconhece tudo como possível. Mesmo sem saber como. Aliás, não há necessidade alguma de explicações. Têm artistas, têm países, têm pessoas, têm dias, têm segundos chave para a história de todos os mortais. Hoje, parece que todos el@s são João Gilberto. Todos nós somos João Gilberto. Assim, inexplicável, misterioso, preciso e maravilhoso, feito enigma, ele foi de viagem para outros planos no dia 6 de julho, em pleno eclipse de sol.

Filmes de Culto e Filmes de cassinos

Iniciando esse parágrafo vamos começar com um clichê para espantar clichês. As personalidades raras, querendo ou não, geralmente reúnem-se. Helena Solberg, uma mulher rara que conviveu com vários dos melhores exponentes do Cinema Novo, aprendeu o que achou melhor e continua na vigência. Aliás, em março de 2018 Solberg recebeu uma homenagem da CCBB onde incluíram-se quase todos seus filmes, com exceção de Made in Brazil.

Muito além das opiniões pessoais, Solberg documenta traços da história brasileira que vão bem mais além de fêmeas, genro ou masculinidades. Certamente, parece estar no momento indicado, no lugar indicado (mesmo parecendo o contrário). Embora, segundo a própria Helena o movimento do Cinema Novo parecia mais com “O Clube do Bolinha”, houveram referentes, fez amizades e ainda enriqueceu seu trabalho.

Alguns dos seus filmes

  • A Entrevista, de 1966, Helena filma garotas da burguesia carioca, fazendo-as falar sobre suas expectativas sobre casamento, sexo e família.
  • Nos anos 1970, nos EUA, fez A Nova Mulher, documentando a luta feminina por igualdade e iniciando o que a pesquisadora Mariana Tavares chama de ‘Trilogia da Mulher’, também integrada por The Double Day e Simplesmente Jenny.
  • Somando Banana is My Business, sobre Carmen Miranda,
  • E a ficção Vida de Menina, Helena ficou rotulada. Feminista e diretora de filmes de mulheres.

“A vida me abriu janelas, ofereceu oportunidades. Vivi e filmei nos EUA, conheci figuras maravilhosas. Albert Maysles, Shirley Clarke, J.W. Pennebaker. Acho que o meu interesse sempre foi pelo mundo, pelo outro, como forma de conhecer a mim mesma”, diz Solberg. Segundo o Estadão, sua vida e obra andam juntas. Ficção e documentário, também. “Não tenho limites rígidos.” Aliás, Solberg filmou o sandinismo e investigou o fenômeno Pinochet no Chile.

Do Brasil para o mundo, de volta ao Brasil. O novo longa, Meu Corpo, Minha Vida, é sobre aborto. “É coisa de ficção científica. O Brasil virou um país de ficção científica.” A ideia da retrospectiva é lisonjeira, mas assusta. “Espero que não me considerem uma peça arqueológica.”

Concluindo

Finalmente, em aparência, o Cassino da Urca, João Gilberto e Helena Solberg pareciam não ter nada em comum (inicialmente). Os fatos aqui recolhidos demonstram que tanto Helena quanto João, estão atravessados por personagens do mundo do Cassino da Urca. Todos eles em formas diferentes e bem peculiares, mas todos eles, são parte do cassino da Urca.

Continue acompanhando nossos artigos e a descobrir mais informações surpreendentes. Por enquanto, tudo de bom para o João Gilberto, após sua partida.