No Brasil, os jogos de apostas e cassinos no geral são proibidos. E, por isso, causam impactos econômicos enormes aos cofres públicos. Em lugares cuja regulamentação funciona a todo o vapor, quem lucra, muitas vezes é o governo. O impacto é tão grande que até igrejas e paróquias mantém o bingo de caridade. Por muito tempo, o bingo foi permitido no Brasil. Além de ajudar instituições carentes, também gerava imposto para o governo.
Porém, os tempos são outros. Atualmente, todo o tipo de jogo, salvo algumas exceções, são proibidas. Contudo, nos Estados Unidos, um dos maiores países do mundo em se tratando de legalização dos jogos, muitos apostadores participam das partidas de bingos. Como lá existem diversas ONGS e igrejas, elas também realizam bingo de caridade para se manter e continuar ajudando a comunidade local.
Seguindo nessa ideia, enquanto a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil tem uma posição contraria aos jogos e a sua liberação, com diversos argumentos depreciativos, nos Estados Unidos, o pensamento é totalmente ao contrário do que pensam os lideres brasileiros. Um estudo coordenado por Beth Haile, Ph.D em Teologia Moral, veiculado pelo portal US Catholic, mostrou que o jogo é um dos principais fomentos à economia para as igrejas americanas.
Claro, há o dizimo, entre outras doações que ajudam com que as igrejas se mantenham. Porém, o bingo de caridade ajuda principalmente àquelas paróquias menores, de bairro, que mesmo com a ajuda dos moradores e líderes, ainda assim é difícil fechar as contas. Para se ter uma ideia do quanto é importante o bingo de caridade para a comunidade local, as pesquisas mostraram que os jogos de bingo arrecadaram mais de 44 milhões de dólares.
A importância do bingo de caridade para a igreja
No Brasil, as igrejas possuem isenção fiscal. Alguns críticos afirmam que seu mau uso favorece o enriquecimento das maiores igrejas e de líderes religiosos. Os defensores dizem que é proteção à liberdade de crença. A constituição federal, em seu artigo 150, define que o Estado não pode cobrar impostos de templos de qualquer culto. Porém, elas não podem ser comércios. Como, por exemplo, cobrar entrada, ou cobrar taxas dos fiéis.
Por isso que, se caso no Brasil os jogos fossem liberados, sem dúvida o bingo de caridade nas igrejas, principalmente as menores, seria muito bem beneficiadas para auxiliar nas contas para mantê-las. Bem como auxiliar na limpeza e gastos mensais como luz, telefone, entre outros. O bingo de caridade se mostra muito eficaz nessa parte.
Apesar de funcionar perfeitamente, nos Estados Unidos a igreja como instituição, já se manifestou contrária às atividades de jogos por lá. Porém, muitos líderes entendem que é o bingo de caridade é um passatempo inofensivo aos fiéis. Um dos maiores eventos de bingo costuma acontecer nas segundas-feiras.
Esse evento ocorre na Igreja St. Agatha. Normalmente, segundo estimativa, cerca de 400 pessoas disputam pelo prêmio máximo de 3 mil dólares. Mas o principal objetivo de tudo isso é, com certeza, ajudar os irmãos mais necessitados e a paróquia local. Dessa maneira, o bingo de caridade mostra-se um ótimo meio para juntar o dinheiro necessário para os fundos da igreja.
O bingo como ferramenta pedagógica
O bingo de caridade não é apenas para arrecadar dinheiro. Nem o bingo convencional serve só para isso. O bingo, por si só, também pode ser um ótimo meio para ensinar quem busca conhecimento didático. De qualquer forma, a realidade é que os jogos invadiram as escolas. Seja por meio de telefones, tablets e jogos físicos mesmo.
Sabendo disso, muitos professores utilizam essas questões para trabalhar conteúdos difíceis e ajudar os alunos a reter conhecimentos. Apesar de que não vale dinheiro. A única coisa que vale, no máximo, é a troca de experiência, essas estratégias são extremamente importantes por trazerem ao ambiente escolar um pouco de vida e quebrar o cotidiano.
O bingo de caridade pode ser usado nas salas de aulas. O bingo é um jogo maleável. Isto é, pode ser adaptado para diversas disciplinas. Pode ser usado como um recurso de ampliação de vocabulário nas aulas de português. Bem como uma atividade nas aulas de ciências, fixação de conceitos de histórias e cálculos matemáticos.
O bingo também pode ser usado para melhorar o vocabulário de uma segunda língua, como por exemplo, o inglês, uma das mais faladas atualmente. Muitas vezes, no jogo, usam tabelas prontas e a marcação é feita com feijão ou algo pequeno que seleciona os números. Assim, as pessoas que estão aprendendo, conseguem entender melhor o que se passa.
A origem do bingo e por qual motivo perdura por anos
De acordo com historiadores, o bingo surgiu na Itália. No fim da idade média, na região de Gênova. Na verdade, o bingo foi criado para ser um sistema de substituição periódica dos membros da Câmara e do Senado. A eleição era realizada através de sorteios em que os nomes dos membros eram colocados em bolas e retirados da urna. A prática, que por muitos foi considerada divertida, foi adaptada para o sorteio de prêmios em 1538.
Portanto, o jogo ficou conhecido como Lo Gioco Del Lotto e era realizado aos sábados. Arrecada dinheiro dos participantes. A receita obtida era revertida para o tesouro e ia, em parte, para pagar as próximas premiações. Assim, o bingo começou a se espalhar por outros países e regiões, bem como Alemanha, Áustria, Portugal, e tantos outros do velho continente.
Através dos navios, acabou chegando nas américas. Assim, o bingo como conhecemos hoje foi adaptado pelo norte-americano Edwin Lowe. Ele foi responsável por confeccionar alguns cartões e um punhado de feijões secos. Além de um carimbo de borracha com números em uma única caixa e vender em sua loja de brinquedos. Para incentivar as vendas, Lowe reuniu um grupo de amigos e espalhou a notícia do novo jogo.
De lá para cá, o jogo tornou-se extremamente profissional. Acabou ganhando formas e lugares especializados e com regras bem definidas. Entretanto, muitas pessoas esquecem da diversão e se passam no valor do dinheiro das apostas. Por esse e outros motivos, segundo argumentos dos contrários à liberação, os jogos são proibidos.