Você sabia que o lendário grupo de rock da década de 1960´s, teria feito uma apresentação inédita no México e ainda, no fim de vários shows, aproveitado para visitar amigos num local chamado “Terraza Casino”? Certamente, um cassino onde além de música rolavam amizades em 1969.
Pois é, os meninos das portas do rock progressivo teriam inclusive visitado famosas pirâmides pré-colombianas e inclusive modificado o curso da sua agenda na terra da águia e a serpente.
Vamos dar uma olhada nessas histórias que mais que fatos parecem se confundir com as próprias canções de Jim Morrison e The Doors. Acompanhe a leitura e descubra novas faces para os estabelecimentos de cassinos no Brasil e no Mundo, e para essa lenda musical.
O cassino onde outro show acontecia
Mesmo que você seja ou não fã dessa banda, vale contar a história de um show que não aconteceu, de uma expetativa que mudou e que 2 anos antes de morrer mostrou pirâmides para Jim Morrison. E tudo isso com um cassino incluído. Mas, revoltas de estudantes alguns dias prévios a chegada, um presidente que não gostava de barba e um Forum definiram o destino.
Tudo começou com a promessa de um show no México que convocaria multidões. Assim, lá no ano de 1969, foi anunciada a chegada do grupo para os primeiros dias do mês de outubro desse ano. A expetativa era enorme, mas a surpresa foi muito maior.
Inicialmente, a banda tinha sido seduzida para fazer 5 apresentações na Plaza de Toros México. Assim, o grupo integrado por Jim Morrison, Ray Manzarek, Robby Krieger e John Densmore fariam shows programados em um local com capacidade para receber 40.000 pessoas. Aliás, esse show faria parte de uma gira internacional que eles estavam levando adiante para apresentar seu novo disco, o Soft Parade.
Certamente, as mudanças que viriam pela frente, tiveram muito de soft em momentos um tanto complexos para uma banda rebelde em essência. De fato, o simples anuncio da apresentação do grupo deixou incomodo ao governo mexicano da época.
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Segundo a própria Rolling Stone
Uma revolta de estudantes havia marcado precedentes de violência na “Plaza de las Tres Culturas” em Tlatelolco. Assim, segundo o relato dessa apresentação do periodista da Rolling Stone, Jerry Hopkins em agosto de 1969:
“(…) desde então, considerava-se prudente evitar as grandes aglomerações de jovens.”
Como chegaram ao México e como continuaram
De fato, como dado peculiar, quem impulsou a vinda dos rockeiros foi Mario Olmos, um jovem decorador de interiores de 31 lustros de vida. Olmos queria produzir os shows da banda. Outro fato curioso é que no final dos shows que realmente aconteceram, a banda ia até “Terraza Cassino” para relaxar e ver amigos, dentre eles, Javier Bátiz e sua banda.
Além dos motivos políticos e sociais do momento, incluindo a opinião do presidente do México. Segundo Hopkins, houveram vários fatores definitivos. Segundo Infobae, Hopkins afirmou que a negativa presidencial foi disfarçada de burocracia pelas autoridades pois nunca se completaram os passos para que os shows fossem oficialmente cancelados.
Inclusive, segundo Ernesto P. Urichurtu, o então regente da Cidade de México. Naqueles dias a capital não tinha governação própria e dependia do governo federal, o qual indicava o regente responsável para a administração da cidade. Finalmente, Urichurtu nunca disse oficialmente sim ou não pois surgiu um compromisso de improviso e deveu se ausentar. Evadindo sua assinatura para aprovar ou desaprovar a questão.
Finalmente The Doors ficaram sabendo da situação ao chegar no México. Segundo Infobae, o panorama despertou a ira de Jim Morrison, mas o filho mais novo de Ordaz, Alfredito, virou a jogada. Assim, um dos filhos do presidente do México foi o guia turístico da banda nesses dias enquanto faziam sucesso mesmo no local novo.
Os shows no cassino onde os Doors descansavam
Em seu artigo, Hopkins diz que a explicação que melhor tem resistido o passo do tempo a que no momento, o presidente Gustavo Días Ordaz proibiu as apresentações. Contudo, com os pelo antecedente de outubro de 1968 (as revoltas de estudantes) e a fama “subversiva do grupo.
Isto posto, em consonância também com os meios de comunicação da época que também influíram na balança. Mas, finalmente conseguiram oferecer 4 shows da banda em um local chamado “Forum”. Assim, o ambiente do local era palco para pessoas de etiqueta. Segundo comentários do próprio Jim Morrison na cronica de Hopkins em torno a essa apresentação falida, na audiência haviam muitos “meninos”. Isto é; um público que não sabia exatamente quem eles eram.
Outro fato importante, é que esse novo local vendia os ingressos a preços inalcançáveis para os fãs do grupo. Ainda um fã da época, segundo Infobae, o preço do ingresso que ele comprou, tinha o mesmo valor do aluguel que deveria pagar no mês seguinte. Isto é, o menino investiu todo seu capital na chance de ver a banda dos seus sonhos. Aquele ingresso foi de 700 pesos mexicanos da época.
Concluindo
Com ou sem Plaza de Toros México, Jim Morrison foi escoltado pelo filho rockeiro do presidente do país onde ele se apresentaria. Assim foi que Jim Morrison e sua banda, os lendários The Doors conheceram Teotihuacán, o mercado La Lagunilla e a emblemática Plaza Garibaldi.
Mesmo sem cassinos proibidos, jogaram e foram vitoriosos graças ao azar. Afinal, cassinos, jogos de azar, e previsibilidade nem sempre vão juntas. É claro, após a visita dos Animals com Eric Burdon, Byrds e Union Gap, The Doors fizeram história. Mesmo sem ter planejado assim, conheceram o México, e brindaram no “Terraza Casino”.
Talvez no Brasil, após as novas regulações de casinos e jogos de azar forem terminadas, ainda a história brasileira possa abrir um novo capítulo.